segunda-feira, 7 de abril de 2008

o Extintor (episódio II)

Ostentando daquele ar Stallone em "Rambo, a fúria do heroi" o telefonista de extintor na mão, descarregou em 3 baforadas a raiva acumulada por tantas noites mal dormidas, interrompidas a espaços pela tortura das chapas numéricas a cair. E como se de uma AK47 se tratásse, demorou três segundos a tornar o ar irrespirável. O pó e o sonoro bruaá que aquele invólucro vermelho de quinze quilos emanava eram um espectáculo arrebatador. Atrás d'ele o mecânico e o enfermeiro olhavam incrédulos para o efeito branqueador do pó quimico que teimava em não assentar. Naquele momento, a nenhum dos três passou pela cabeça que estavam numa enfermaria. Pior, um sitio onde havia pessoas internadas com doenças de pele e aquela cena que flutuava no ar era tão somente ...pó químico para apagar incendios. Era grave, era muito grave. Movidos pelo instinto, vêm para a rua. Entre hurros de desabafo e risotas semi-contidas trocam uns "tu viste aquilo!?" e uns "ina cum caraças, aquela merda ficou tudo branco". Só agora reparam que o telefonista ainda não largou o extintor e logo ali, por entre a vegetação onde se tinham refugiado volta a disparar como se estivesse na selva rodeado de vietcong's exorcisando os seus fantasmas. Os três voltam a trocar olhares cumplices e sem se darem conta caminham em direcção à caserna onde pernoitavam os camaradas.
-(continua)-

1 comentário:

Happinêss disse...

Falta-te o "previously on Extintor"!

Ai, ai, ai, esses acentos que não estão no devido lugar??!! ou escasseiam ou soçobram!!!

Anseio pelo próximo capítulo!