segunda-feira, 26 de maio de 2008

Festival

Sim, eu ainda sou do tempo em que o Festival Eurovisão da Canção era um evento de fazer parar o país. Por duas razões: não havia Mtv; e não havia mais nada. Lembro-me de aí ter descoberto uma das primeiras influências da minha infância uns gajos suecos chamados Abba, das vitórias de Israel com "A-Ba-Ni-Bi-oboébé" e "Aleluia". Do festival da canção emergiam sempre canções que dominavam as sessões de canto de chuveiro durante algumas semanas após o evento. Era um verdadeiro festival. A Manuela Bravo (a do "balão sobe") era até minha vizinha ...e depois houve o Carlos Paião e a Dora e antes d'eles a Madalena Iglésias e o Eduardo Nascimento que eu tanto ouvi naqueles discos LP das Selecções do Reader's Digest. Confesso que para mim o vento mudou e que já há muitos anos que eu não via aquilo com olhos de ver, mas este ano porque teve mesmo de ser e a televisão não estava a dar mais nada ...ou secalhar porque quando mudei para o C1 apanhei logo de estopa com a Ani Lorak (ou será Ани Лорак?!), enfim, era a representante da Ucrânia no festival d'este ano com uma canção de título Shady Lady (mulher assombrosa, na tradução politicamente correcta). Doze segundos bastou-me para declarar a canção vencedora. Já está. Para falar a verdade nem ouvi bem a musica, o barulho das crianças e o burburinho dos adultos não mo permitiu, mas o meu juizo estava feito, a mulher era mesmo um assombro. Mas errei. Afinal a Ani Lorak arrecadou o 2º lugar nos televotos finais seguramente dominados pelo novo riquismo do leste europeu, de onde a nação mãe Russia saíu vencedora recebendo votação máxima de cinco ex-repúblicas soviéticas. Seja como for, estou a perder qualidades, já não acerto nos vencedores de forma tão sistemática. Resta-me o conforto de ter acertado na representante Portuguesa no interno festival RTP da canção, a Vânia Ferreira. Também era dificil falhar uma vez que a rapariga além de ser grande, canta que se farta. Em Belgrado, ela ganhou a simpatia dos jornalistas e o 13º lugar final. Nada mau, desde 1998 que não ficávamos tão bem na foto.

Quando a gaja NÃO É meio-gajo

David Beckham tem passado muito tempo no Staples Centre em L.A. Victoria já percebeu porquê.
As curvas que lhe despertam o interesse são outras para além da bola e dos cestos de basket.
As cheerleader's bamboleiam-se na frente do nariz do homem, e um gajo não é de ferro
Até ela tem de dar o braço a torcer, aquele loirão tem um corpinho bem tonificado.Para evitar guerras o rapaz até fecha os olhos à passagem das coelhinhas.
Mas mesmo assim...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Quando a gaja é ...Meio-Gajo

Aqui há uns tempos houve uma prima minha a quem apelidei de meio-gajo na sequência de uma longa dissecação do tema "relacionamento gajo-gaja". O primo riu-se concordante, mas ela indignou-se com o termo com que a adjectivei, e eu depois, vi-me e desejei-me para lhe passar esta minha ideia de forma que ela a conseguisse digerir. Vou tentar outra vez: Ora o termo "meio-gajo", nada tem de físicamente másculo. Ou seja, não significa necessariamente que ela não tenha mamas; saia ao pai; tenha voz de bagaço ou cú-de-tábua-de-engomar; nem sequer quer dizer que a gaja possa ostentar um invulgar volume entre-pernas ou ter de facto um clitóris proeminente. Pelo contrário, uma gaja ser meio-gajo é um atributo relativo a personalidade, a maneira de ser, próprio de uma gaja que é Gaja com G grande, uma G'anda gaja. Ela ser meio-gajo, é em suma, aquele raro tipo de gaja que se ri das parvoíces típicas de gajos. De alguma forma, a gaja é meio-gajo não pelo facto de se aproximar da condição masculina, mas sim pelo facto de se conseguir demarcar dos aspectos mais previsíveis da condição feminina. Passo a especificar: Estão a ver aquela gaja que ás 5 da manhã já depois de uns bons canecos, ainda se atreve a acompanhar a bifana na rulotte com uma última minie desde que esta esteja geladinha, ao invés de proferir o clássico "-que horror, tanta gordura!"? Ou aquela gaja que na noite em que o people teve de dormir tudo ao molho lá em casa riu a bom rir do concurso de peidos que o Alberto provocou e (quem sabe) até foi mesmo capaz de inscrever um flatulo seu á socapa, ao invés de assumir um ar reprovador e proferir o clássico "-que parvos!"? Ou mesmo aquela gaja capaz de dar um toque de cotovelo ao seu companheiro para que ele não deixe de reparar na boazona que vem a atravessar a rua, ao invés de lhe deitar uns olhos venenosos só porque o coitado instintivamente não conteve a sua génese poligâmica? Enfim, estes são apenas alguns exemplos de reacções típicas das gajas meio-gajo. Sim, só meio. Porque se pensam que as gajas podem ser gajos, desiludam-se, é que pode haver gajas meio-gajo, mas nunca hão-de ser capazes de mijar de pé contra um muro a escrever o seu nome em urina. É que os acentos e a pintinha dos "i" são muito tramados de fazer.