quarta-feira, 9 de abril de 2008

o Extintor (episódio IV)

Pela manhã, acordam serenos e preparam-se para o ultimo dos deveres militares. Receber a caderneta e fazer a ultima das continências. É nesta altura que são testemunhas dos primeiros relatos do sucedido. Afinal, havia desenvolvimentos que eles já não tinham presenciado. Um dos camaradas da caserna, muito alto por sinal, tinha saído descalço e tinha corrido páteo fora em busca de um responsável pela "brincadeira do extintor", dirigindo-se à portaria. Os efeitos do vinho carrascão ainda lhe toldavam os sentidos e miseravelmente "o grande" esbarrou com a cancela e abriu um lanho na cabeça de onde o sangue jorrava abundante. O soldado na portaria precisou chamar uma ambulância para conduzir o grande ás urgências, isto só pode ser feito com o conhecimento do oficial de dia, um sargento resmungão que não gostou de ser acordado àquela hora tardia e que de pronto informou o comandante da companhia, um capitão ex-operacional com 30 anos no activo e famoso pela sua rigidez. Foi neste instante que os três bombeiros se aperceberam das proporções que o caso tinha tomado. Uma cabeça partida tinha desencadeado uma avalanche de acontecimentos dramáticos. Perceberam que o destino lhes tinha pregado uma enorme rasteira.
-(continua)-

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