terça-feira, 11 de setembro de 2012

A Máquina da Propaganda desportiva


O Porto é um clube diferente do Benfica. A máquina de propaganda do Porto é diferente da do Benfica. O Porto, na sua relação com os seus sócios e adeptos não usa a máquina de propaganda para garantir que os actuais dirigentes se perpetuem no poder. As notícias supostamente plantadas nos jornais (segundo se diz, os da Controlinveste) têm intuitos mais estratégicos do que a sobrevivência.
Há demagogia? até pode ser, há engano? talvez, mas ao menos nunca insultaram a nossa inteligência ao ponto de saírem notícias de 90M€ a pronto por 3 jogadores.

A máquina benfiquista é muito diferente. Ao contrário da portista, procura a cada momento glorificar os seus actos e diminuir os do rival. Num clube que não ganha, é importante multiplicar disputas para que pareça que há mais do que um campeonato por ano. Quem vende melhor, quem tenta resistir, quem mete mais gente no estádio, quem rejeita propostas mais altas, quem recebe a pronto e não a prestações, quem tem mais atletas olímpicos, paralimpicos, etc etc.
Continuadamente assistimos à criação de dezenas de disputas que garantam uma 1ª primeira página e um sentimento de minicampeonato ganho, a cada parangona.

Nós Portistas, se fazemos questão de ganhar mais do que O CAMPEONATO todos os anos, então entramos nestas disputas estéreis lançadas pelo rival que procura conquistas a todo o custo. Entramos no patamar em que oficialmente declaramos gostar que nos tratem como imbecis. No patamar em que cada capa de A'Bola é vivida como uma derrota e num patamar em que a forma como o Porto comunica um mesmo negócio á CMVM é fundamental para os campeonatos de café.

Eu, como tento não ser imbecil, quando me consigo aperceber que me querem fazer de parvo digo: "Estou-me a borrifar para o preço do Witsel" ou então, quando perco a clemência pela trupe benfiquista digo-lhes algo como: "Parabéns! Grande venda a do Witsel por 40. Ao nível da do Di Maria. Bravo!" ...e lá vou continuando a registar os factos da pouca vergonha, como foi o castigo a Jorge Jesus e o obsceno voto de vencido do presidente do Conselho de Disciplina, Herculano Lima, que só mereceram pequenas notas de rodapé.

A maquilhagem que envolve estas pequenas disputas ultrapassa por vezes os limites do razoável. Uma máscara tão mais descarada quanto mais se sabe que o público que vibra com essas histórias é imbecil.