quarta-feira, 29 de julho de 2009

Dublin - Where the streets do have name


Foi o que eu previa. Apesar de levar as expectativas demasiado altas, foi espectacular. Aliás, ainda estará para nascer alguém que consiga sair desiludido de um concerto dos U2.
Logo de manhã, ainda na Portela, comecei a ver a minha vida a andar para trás com um -Delayed- nas observações do voo que me levaria a Dublin. Passado o susto, aterro na cidade natal dos quatro magníficos pouco antes das quatro da tarde, a tempo de ir ao hotel pôr a bagagem, descer para um par de cervejas e dirigir-me ao estádio. O tempo estava estupendo, o que em dublinês significa: não chove e estão 16 graus ás 16h.
Já na área de Croke encontrei um dos famosos pub's de esquina, de resto dos poucos sítios da cidade onde se vende cerveja e que, por razões óbvias, estava atafulhado de gente com copos na mão. Por ali fiquei até pouco antes do início do espectáculo. Perdi os Republic of Loose e os Kaiser Chiefs e entrei para o estádio uma meia hora antes do inicio dos U2.
Assim que se entra no recinto a primeira coisa que nos salta aos olhos é o enorme palco. Apesar de já ter visto muitas fotografias da "spacestation" antes e de ter lido sobre a sua incrível performance na imprensa, confesso que fiquei surpreendido.



Para mim a grande novidade foi os U2 terem começado ainda com a luz do dia. Primeiro entra Larry Mullen senta-se na bateria e debita os primeiros acordes de Breathe, a seguir Adam e Edge e depois Bono. É o delírio.



Vinte e três canções de oito álbuns diferentes. Uma incrível remistura de "I'll go Crazy...". Uma participação espacial deixada pelos cosmonautas a partir da I.S.S; uma mensagem de Desmond Tutu a introduzir Where the streets have no name. Uma fan Chilena em palco a dançar Mysterious Ways. Quase duas horas de concerto numa miríade de momentos arrepiantes que atinge o auge quando Bono Vox se encarrega de apresentar a Spacestation (a.k.a. The Claw, o palco e a parafernália n'ele suspensa) «...so, this is what we brough home» e Dublin aos presentes quando tece algumas referencias à forma rude como os Dubliner's se relacionam entre si «...we call that affection». Foi para mim, um dos momentos mais emocionais do concerto:
«(...) everybody is welcome to this great tribal gathering in Croke Park, thank you so much» e intruduziu Still Haven't found what I'm Looking For que termina com uma lágrima no canto do olho de Bono (e nos meus). Um momento que está documentado nos próximos 8 minutos e são só por si, a justificação de uma ida a Dublin, cidade natal dos U2, para os ver ao vivo. São quase 100 mil vozes em coro a abafar em uníssono o som da Spacestation.
«I have climbed highest mountain... I have run through the fields... Only to be with you... Only to be with you»



(...) but I still haven't found what I'm looking for. Que venha Lisboa.


sexta-feira, 24 de julho de 2009

U2 @ home

Amanhã embarco (não deveria ser emavião?) para Dublin a cidade natal dos quatro magníficos. Sou daqueles que conseguiram um dos cerca de 300 mil lugarzinhos disponíveis nas três noites em Croke Park. O gigantesco estádio nacional da capital Irlandesa com quase 90 mil lugares sentados (fora a relva) que vai acolher a U2 - 360º Tour.Será a quarta tournee consecutiva a que assisto, as outras três, vi-as em Lisboa: Zooropa, Pop Mart e Vertigo. Todas elas com concertos poderosos, inesquecíveis, de uma energia hipnotisante.

Desta vez, a começar pelo palco, onde há agora uma estrutura com 180 toneladas onde estão suspensas mais 200 toneladas de equipamento state-of-the-art e que garante uma experiência de som e uma visão impecáveis, a partir de qualquer ponto do recinto.Mas desta vez, não será só mais um show, a magia de tocar em casa garantirá que este concerto seja seguramente diferente. Se perguntarem a qualquer fan dos U2 onde gostariam de os ver ao vivo, a esmagadora maioria responderá -Dublin- sem hesitar.

Já vi muitos concertos na vida, alguns por obrigação, a maior parte por prazer, mas este faço-o por devoção. Acreditem nisto: a juntar ao fazer um filho, plantar uma árvore e escrever um livro, a ninguém deveria ser permitido morrer, sem ver os U2 ao vivo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Festivais ...ou festas?

Assisti por dentro, ao nascimento desse fenómeno a que hoje se chamam os "festivais de verão", há já muito tempo que os frequento e tenciono continuar a frequentar enquanto tiver pernas e pachorra. Ainda assim, não posso deixar de demonstrar algum desalento pela forma como eles têm evoluido. Com os anos, o que se ganhou em qualidade de organização, perdeu-se em conteúdo e emotividade. Se por um lado os -festivais- revelam hoje uma maturidade logística quase irrepreensível onde já nem faltam as sanitas em loiça, por outro, transformaram-se em festas bacocas manietadas pelas instituições corporativas que as patrocinam.

Acabou este fim de semana o Optimus Alive, um evento cuja respectiva organização baptizou de "o melhor festival Português". Embora tenha falhado o primeiro dia estive lá nos outros. Achei fraquinho, muito fraquinho: O cartaz é recorrente e as surpresas nunca vêm do palco principal, é mais fácil descobrirmos projetos emergentes interessantes num palco secundário do que rejubilarmos com uma fantástica actuação no palco principal. Mais um cachorro, duas bifanas, três cervejas e seguimos no ping-pong entre palco A, B e C, para descobrir que na maior parte das vezes o espectáculo não valeu o pó que se comeu nesse caminho.
Longe vão os dias em que o "festival" durava só um par de noites, com um line-up escolhido a dedo e em que qualquer um chegava ao fim cansado de tanto saltar mas com a alma revigorada pela energia que permanentemente transbordava do palco.
Sim, bem sei que nesse tempo as casas de banho cheiravam mal ...mas.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Brüno

Deixou de querer trazer conhecimento e beneficio à grande républica do Kazaquistão e tornou-se agora num Austriaco gay obcecado pela fama. Em Bruno a fórmula é a mesma de Borat, ou seja, um conjunto de "apanhados", bem feitos, que expõem ao ridiculo alguns personagens reais. Um congressista americano tímido, um grupo de caçadores, um reverendo especializado na conversão de gays em heterosexuais, nem Paula Abdul escapa às armadilhas montadas por Bruno. É um fartote de rir. A sala gostou particularmente de ver as reviravoltas do pénis de Sacha Baron Cohen (se é que é o d'ele), as mulheres ficaram histéricas.
Cheguei ao fim sem perceber se o filme é bestial ou simplesmente besta. Vão lá ver, e depois digam-me de vossa justiça. A partir de hoje em exibição.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Para aqueles tempos mortos em que ainda assim nos sentimos inspirados

Tenho andado entretido há uns tempos, sem saber se havia de partilhar tamanha descoberta. Por duas razões. Primeiro, porque quando se descobre um tesouro não se vai a correr anunciá-lo ao mundo, depois, porque duvido seriamente que haja entre vós o talento e a capacidade de dali extraír todas as capacidades.Funciona como o mais rudimentar dos estúdios, onde nem sequer nos podemos esquecer de conectar In's e Out's com os respectivos cabos. Sequenciadores; vários processadores de efeitos; misturadora, até ao amplificador final com vuímetros, está lá tudo. Resta conseguir o equilibrio sonoro para construir melodias sem fim e pode-se até gravar o produto final. Tudo sem ter de instalar nada e ao alcance de uns simples cliques.

Aviso já que pode ser extremamente aditivo, e que não me responsabilizo pela quebra de produtividade dos meus queridos leitores. Se se quiserem atrever é só clicar aqui.
Quem é amigo, quem é?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

U2 and I

A estação espacial aterrou em Barcelona

Faltam 22 dias para eu aterrar n'ela em Dublin