quinta-feira, 3 de abril de 2008

o Extintor (episódio piloto)

-Os factos relatados nesta história são pura ficção. Qualquer semelhança com a realidade pode não ser coincidência-
A nossa história passa-se no longínquo ano de 1990 durante a ultima noite no quartel de uma companhia, em vésperas de passar à disponibilidade (nome que se dá a quem acaba de acabar o extinto serviço militar obrigatório). Ora essa noite, é uma noite de folia comparável ao fim-de-ano civil, mas, acrescido da carga emocional (indecifrável para quem nunca pôs os pés numa instituição militar), de aquela ser provavelmente a última vez que se está com gente com quem se estableceu durante um ano uma ligação umbilical -os camaradas-. A grande jantarada aconteceu, já sem fardas vestidas, uma vez que o espólio tinha sido feito nessa mesma tarde. Teve lugar necessariamente num tasco civil que era isso mesmo, um tasco, uma vez que a tropa paga mal. O vinho é do barril, e toda a gente encharca a vela com a alma dividida num misto de comemoração por ter sobrevivido às agruras militares e o receio de voltar a enfrentar o mundo civil ainda com o cabelo à pente 4. Nessa noite já tarde, de regresso à unidade (e nesta fase é importante ressalvar que se tratava de um hospital militar), enquanto os camaradas que amanhã viajavam para longe, de regresso a casa, dormiam um sono etílico na caserna, três elementos deambulavam ainda na noite, na esperança de queimar os ultimos cartuxos. São as personagens principais desta nossa história; O telefonista, o mecânico e o enfermeiro. -(continua)-

Sem comentários: