segunda-feira, 24 de maio de 2010

José

...de Mourinho. José Mourinho. Quantas vezes acontece isto na história recente de um país como Portugal? Duas? Três? As histórias de caminhos de sucesso trilhados a pulso por homens de espirito vencedor como este não são muitas. Eusébio, Futre, Figo, Cristiano Ronaldo. Uns mais do que outros alcançaram um estatuto que transcende a nacionalidade. Mais que portugueses, são talentos do mundo. A portugalidade cai invariavelmente para segundo plano.

É da nossa gente, está-nos no sangue. Nunca olhamos para os exemplos de sucesso e dizemos: «vou tentar fazer como ele». Ao invés de aprendermos com eles, preferimos não ir por aí.
De que serviria a Vasco da Gama descobrir o caminho marítimo para a India se outros não lhe seguissem a rota? Que interesse teve Cabral em alcançar o Brasil?

O português é invejoso por natureza. E quando inveja, desdenha. Mais importante que o talento que se tem, é sempre o sucesso que se alcançou e o dinheiro que se ganha, que estão em cima da mesa. Invocamos a sorte, e com toda a arrogância do mundo desvalorizamos os feitos alcançados. É a mediocridade instituída.

Por isso me congratulo com Mourinho. É que no caso d'ele, é sem espinhas. Inatacável, o exemplo mais-que-perfeito. A custo de muito trabalho, talento e saber rodear-se das pessoas certas, é um vencedor em todos os terrenos. O "tuga" que sempre teve o desejo secreto de o ver caír, está agora a engolir em seco a vê-lo, com orgulho, levar a bandeira das quinas na mão na hora da consagração europeia. Que venham muitas mais taças. E hão-de vir.

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