segunda-feira, 29 de março de 2010

Jornais de hoje II

Por norma, não sou cliente de jornais desportivos. Em primeiro lugar, porque, à parte da informação factual e estatística, considero o jornalismo desportivo como o parente pobre da classe. Salvo raríssimas excepções, é feito pelos jornalistas mais fracos e menos dotados para a matéria. Depois, porque nunca senti necessidade de aprofundar os assuntos do jogo. São sempre recorrentes. Os jogadores treinadores e dirigentes dizem sempre as mesmas coisas nas mesmas circunstâncias, é portanto, informação que dispenso. O futebol para mim é entretenimento e nesse sentido, confesso que tenho achado graça às capas dos três tablóides nacionais.

Já aqui há 2 posts abaixo tinha referido a discrepância e a oportunidade dos assuntos abordados. Mas olhemos para mais um (belo) exemplo: o de hoje, segunda-feira, dia 29 de março.
Ora o Jogo faz capa ao regresso de Hulk e à sua exibição de bom nível no jogo de ontem à noite.
A Bola continua a prestar vassalagem aos seus patronos inspiradores e publica uma imagem do jogo de ante-ontem, elevando Luisão (o marcador do golo contra o Braga) à condição de semi-deus e por causa disso muito requisitado na europa do futebol. A vitória do Liverpool sobre o Suntherland ocupa um espaço igual à do Belenenses x Porto, pelos mesmos numeros, embora esta última relegada para a lateral. O avançado espanhol Torres tem a mesma dimensão de Hulk.
Hilariante é mesmo o Record (o orgão oficial não-assumido dos encarnados) que qual jornal das efemérides vermelhas, traz na capa o ex-internacional português Rui Costa que completa hoje trinta e oito primaveras. Parabéns Rui, por toda a admiração que nos mereces. Admiração essa que será igualmente repartida por outros ex-internacionais portugueses como Fernando Gomes; Chalana; Jorge Costa; Domingos Paciencia; Jordão; Néné e até Eusébio. Não me lembro de uma capa de jornal que assinalásse o aniversário de um d'eles. O Record leva o prémio Caras do futebol. E qualquer dia publica relatórios de encomenda nas reuniões Tuperware organizadas pela Margarida Prieto no museu da águia ou as actas do Jockey Club do Manuel Damásio. Rídiculo.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Vai mal a liga


O chefe-mor Herminio Loureiro fez a única coisa que lhe restava fazer. Demitir-se. Já o Ricardo Costa só pode ser demitido em assembleia, ou seja pela maioria dos clubes. Mas há uma coisa que se chama "vergonha-na-cara", funciona como uma espécie de bote salva-vidas que permite abandonar o barco numa saída com a dignidade possível. No futebol como na política nunca percebi a teimosia de alguns em manter cargos que são insustentáveis. Mas isso sou eu.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Jornais desportivos de hoje



A julgar pelas capas (de dois) dos três diários desportivos de hoje, nota-se perfeitamente que o FCPorto acabou de ser eliminado da principal prova europeia de clubes, não nota?

É inegável que há, sempre houve e haverá um tratamento jornalistico diferenciado consoante o clube a se refiram as notícias. Eu até percebo que isso aconteça, afinal também os jornais são instituições financeiras, vivem de lucros e precisam de captar o seu público alvo. O que não se percebe é que os seus responsáveis editoriais não assumam frontalmente essa tendencia e, de uma vez por todas, venham a terreno dizer simplesmente que ganham mais a falar de vermelho que de azul, que o peso da notícia é irrelevante e só ganha importância quanto mais se aproximar de determinada gama de cor.

Se nas vitórias recentes do F.C. Porto o tratamento diferenciado foi sempre evidente (nas vitórias mais antigas chegou mesmo a ser vergonhoso), já nas derrotas, ainda mais tratando-se de uma derrota histórica como a de ontem à noite, não se percebe. Já nem discuto o critério jornalistico no tratamento da notícia. Que mais não seja perde-se o timming, o sentido de oportunidade, acima de tudo a actualidade da notícia. Afinal, tanto Sporting como Benfica só vão jogar ...amanhã.

Ao menos nos tempos do jornal -O Incrível- sabiamos com o que contar. A capa apregoava «Chovem burros na Irlanda», a malta ía a correr comprar para saber do insólito meteorológico e lá dentro vinha a saber afinal que um agricultor tinha levado o burro a passear de balão e acontecera uma fatalidade.
Já no caso dos jornais desportivos portugueses, vira-se a página e toca invariavelmente ao mesmo. Há anos que é assim. Não mata, mas mói.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Julgo que sim

...que com esta vai ser muito dificil ao Porto revalidar o título este ano. Enfim, era o bi-penta. Olha, se não for o Porto que seja o Braga.