sexta-feira, 20 de junho de 2008

Clube de rancor profundo pelo guarda-redes Ricardo

Agora que a viagem Portuguesa pelos relvados da Austria-Suiça chegou ao fim e que importa empurrar o autocarro da selecção de volta a casa, temos algum tempo para nos debruçar sobre aquilo que afinal falhou. Sem querer apontar o dedo a ninguem em especial, tenho de fazê-lo a um gajo em particular. Tão só porque é recorrente, porque é sempre a mesma ave rara, porque eu e muitos outros como eu, acabamos sempre com a sensação de já ter visto este filme antes e sempre pelo mesmo protagonista. O "pau" já nasceu torto na selecção, surgiu á luz do afastamento compulsivo do Vitor Baía, num caso nunca explicado e temperado pela recusa teimosa de Scolari em falar sobre "não-convocados". Desde a primeira vez que Ricardo defende (tenta) as redes da baliza tuga que lhe tirei a pinta, era notória a sua fraqueza emocional. Quando um guarda-redes apela a entidades divinas e segue rituais esotéricos em vez de usar concentração e profissionalismo, está tudo dito, aquelas mãos tresandam a tremedeira. A princípio perguntáva-me como é que um gajo com tão bons reflexos entre os postes podia ser tão cabalmente ineficaz quando sujeito a pressão. Para mim era definitivo, os jogos de selecção têm todos pressão logo Ricardo não servia para guardar as quinas e comecei a desenvolver por ele uma espécie de asco peçonhento que me chega a provocar náuseas quando tenho de o engolir. De tal forma, que acabei por baptizá-lo de "Galinhas", não pela alusão óbvia aos seus multiplos frangos, mas sim pela forma galinácea como se espavoneia na área quando a bola lhe ronda as asas. Mesmo aquele que é considerado o seu momento mais alto (a defesa sem luvas do penaltie Inglês no euro2004) se toldou pelo frango que o Owen lhe proporcionou logo aos 2 minutos de jogo. E depois há; o golo dos Gregos na final; o empate no Liestenchtein; o terceiro de ontem; o do Luisão que deu em título ...tantos e tantos outros de que é exemplo esta pérola. Que fique claro, nada de pessoal me move contra o rapaz do Montijo, mas agradeci as palavras de Lothar Matthäus quando apontou em exclusividade o dedo a Ricardo falando nos "pontos fracos" da selecção Portuguesa. Os germânicos falaram d'ele sem medos, comparando-lhe as mãos a mata-moscas. Depois disto, e com a saída do Filipão quero acreditar que a imagem d'o galinhas na área atrás da bola como se de um insecto se tratasse, não se irá repetir. Afinal, mesmo ao acaso qualquer um de nós aponta melhor sorte para a baliza Portuguesa.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sinais dos tempos

Gostava muito de ter sido eu o autor deste texto, mas não fui.
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Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.
Ano 1978: O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2008: A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.

Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.
Ano 1978: Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2008: A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura-Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.

Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.
Ano 1978: Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2008: Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.

Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.
Ano 1978: O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.
Ano 2008: Prendem o pai do Luís por maus tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.

Situação: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.
Ano 1978: Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2008: A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego. Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.

Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro.
Ano 1978: Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.
Ano 2008: A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.

Situação: Tens que fazer uma viagem.
Ano 1978: Viajas num avião de TAP, dão-te de comer, convidam-te a beber seja o que for, tudo servido por hospedeiras de bordo espectaculares, num banco que cabem dois como tu.
Ano 2008: Entras no avião a apertar o cinto nas calças, que te obrigaram a tirar no controle. Enfiam-te num banco onde tens de respirar fundo para entrar e espetas o cotovelo na boca do passageiro ao lado e se tiveres sede o hospedeiro maricas apresenta-te um menu de bebidas com os preços inflacionados 150%, só porque sim E não protestes muito pois quando aterrares enfiam-te o dedo mais gordo do mundo pelo cú acima para ver se trazes drogas.

Situação: Chega o Outono
Ano 1978: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno. Não se passa nada.
Ano 2008: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.

Situação: O fim das férias.
Ano 1978: Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, Terminam as férias. No dia seguinte vais trabalhar e ponto final.
Ano 2008: Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, Terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Deco

É o camisola 20 quem acrescenta perfume ao nosso jogo. Este gajo faz definitivamente toda a diferença e quem sabe de futebol dar-me-á razão. Há duas selecções de Portugal. Com e sem Deco. Espero que não se aleije e possa alinhar em todos os jogos, sem desprimor para os outros, mas a nossa sorte depende disso.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Megan Fox

Já toda a gente sabe que a moça é provavelmente uma das criaturas mais sexy's do planeta na actualidade, mas a novidade que me apoquenta é que para além de ser giríssima, consta que a boazona do filme Transformers deu uma entrevista onde disse preferir ficar em casa a ter sexo do que fazer outra coisa qualquer. «I have the libido of a teenage boy. I'd rather have sex all the time than leave the house». Hey! queres saber uma cena? Eu também tenho a libido de um adolescente! Somos perfeitos um para o outro. Agora a sério , Megan, liga-me!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Euro 2008

Começa este fim-de-semana, e a mim dá-se-me aquele friozinho no estomago sempre que me lembro disso. É que eu gosto de futebol. Mas gosto muito mais da selecção nacional. Vibro com as vitórias e sofro com os desaires. Descobri pelo seu sucesso recente (o desta última decada) que, desportivamente falando, nada mexe mais comigo e com as minhas emoções do que a selecção nacional de futebol onze. Para o confirmar, basta lembrar-me da pequena comunidade Portuguesa de Artesia, perto de Los Angeles onde pela RTPi assisti ao golaço do Figo contra a Inglaterra no Euro 2000 que nos lançou para uma vitória histórica, ver felicidade estampada na cara daquela gente e do quanto isso me encheu de orgulho; a alegria que senti na vitória a penalties contra os Ingleses e depois contra os duros Holandeses durante o Euro2004 . Por outro lado, nada me fará esquecer a tristeza que me deu a expulsão de Rui Costa que ditou o nosso não apuramento para o Mundial de 98 no jogo contra a Alemanha; a dor que senti depois do chapéu do checo Poborsky ao Vitor Baía no Euro 96; a revolta que senti pelo penalty que nos eliminou das meias-finais depois célebre mão do Abel Xavier no Euro 2000 em França ...isto claro está sem contar a profunda depressão que se apossou de mim depois da tragédia Grega do Euro 2004.
Eu dou-me conta que sofro com os rapazes de quinas ao peito. Fico tenso durante os jogos, a ansiedade faz-me roer as unhas até ao sabugo e ao fim, se a coisa corre mal, não se admirem por ver um homem-feito a chorar baba e ranho tão inconsolável como uma criança de 10 anos.